Como aumentar a popularidade das aulas de Física?

Olhando para uma sala comum do Ensino Médio, pode-se notar o baixo número de estudantes que gostam de matérias exatas, como Física por exemplo. Porém, a maior parte dos adolescentes não vencem sua aversão às fórmulas e números, e assim não se deixam encantar pela possibilidade de compreender o mundo através da teoria da Física.

E precisamos admitir que o outro lado da história, os professores e coordenadores dos cursos de Ensino Médio, também não vencem suas aversão à novidade, e não propõem uma mudança no velho sistema de ensino “lousa-carteira”.

Porque qualquer um de nós, se pensarmos na física através da paixão que temos em comum (a Fórmula 1), podemos pensar em novas possibilidades para transformar o ensino dessa matéria…

A Física poderia ser abordada utilizando as corridas e os fatos do automobilismo como exemplo em aula, assim como as avaliações poderiam ser substituídas (ou apenas complementadas) pela aplicação dos conhecimentos teóricos em uma corrida de kart. Que tal???

Se eu fosse dar uma aula dessa matéria no dia de hoje, por exemplo, provavelmente eu abordaria o caso de Cingapura 2008, para já ir “esquentando os pneus” para o próximo GP.

Então eu iniciaria a minha aula evocando a 1ª lei de Newton, conhecida como Princípio da Inércia, que diz que todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.

E assim faria a ponte para chegar à 2ª lei de Newton, que descreve o comportamento de um corpo quando submetido à ação de forças externas e explicaria a trajetória realizada pelo carro de Nelsinho Piquet naquele fatídico domingo.

No momento de uma curva o carro recebe uma força externa conhecida por força centrípeta, que é resultante das forças que agem na direção do centro da trajetória circular. Sendo que a força de atrito entre os pneus e a pista atua de forma contrária à força centrípeta, impedindo que o carro derrape na curva, dentro de uma velocidade limite.

No caso do Nelsinho Piquet, o seu carro ultrapassou essa velocidade limite, e os pneus acabaram perdendo aderência ao solo. Com isso ele percebeu que seu carro sairia reto pela tangente da curva, e assim, numa tentativa de corrigir a trajetória, ele girou o volante para dentro da curva, atingindo o muro do lado oposto da pista.

E dessa forma finalizaria com a 3ª lei de Newton, que diz que para toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade. Ou seja, para essa ação de colocar a vida de um piloto em risco para favorecer outro, houve uma grande reação: a revolta dos fãs e torcedores brasileiros e a consequente punição dos envolvidos.

Mas nem tudo nesse mundo respeita as leis da Física, e por isso algumas vezes a lei dos “dois pesos e duas medidas” suprime as demais.

Assim Flávio Briatore, recentemente, voltou a circular pelos bastidores da Fórmula 1 e, apesar de estar suspenso da categoria até 2013, o italiano já tem seu nome cotado para assumir a Ferrari no futuro, como sucessor de Stefano Domenicalli. E para piorar ainda mais a situação, há uma possibilidade de redução na punição junto à FIA, antecipando assim seu retorno à categoria, facilitando a reafirmação de sua parceria bicampeã com o piloto espanhol Fernando Alonso.

Chegando a este desfecho, o tema da minha aula mudaria ligeiramente o seu foco da Física para a Psicologia, pois é inevitável para um professor reforçar os valores morais aos alunos. Sendo assim eu buscaria pela sala o olhar levemente estrábico do menino Felipe Massa, e diria com clareza e objetividade: Fuja antes que seja tarde!

E você, como faria para aumentar a popularidade das suas aulas de Física???