Os marginais da F1.

Publicado: 17/08/2010 por Claudemir Freire em Artigos
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Nunca a F1 foi tratada com o devido respeito pelas empresas que a exploram no país, isso é um fato antigo e que não mudou nos últimos 40 anos, mas vemos a cada dia a notícia ser um meio lucrativo, seja por meio de internet, rádio ou TV e mesmo assim o esporte que dá um grande retorno a essas empresas não atrai melhorias na transmisão, o que já atrai em outros países.

ntão se quisermos saber notícias da Formula 1 cabe a nós torcedores e fãs ir a sites especializados, blogs ou catar caraminguás nos portais de notícias que apenas redigem meia dúzia de palavras que na maioria das vezes são velhas e requentadas, os famosos ctrl+c ctrl+v, ou as barrigadas de sempre, porque as grandes empresas no Brasil não dão a mínima para o que achamos e para nosso potencial econômico.

Mas, em contraponto a F1 temos o apoio maciço de todos os meios de comunicações ao futebol, jornais impressos, internet, TV, rádio e até terreiro de macumba falam de futebol todos os dias, todos comprometidos em falar dos mais de 100 clubes profissionais que temos espalhados por esses quatro cantos do país.

Certos disso, vamos então entender um pouco mais o que esses esportes significam para as empresas que exploram as duas modalidades.

A F1 gera em média 15 pontos de audiência para a TV Globo nos dias de corridas, são 19 fins de semanas e a maioria passa em horário nada nobre, que são as manhãs de domingo. Cada cota de patrocínio que foi vendida para a temporada de 2010 custou 60 milhões de reais para cinco empresas ter suas marcas vinculadas a categoria.

Em contrapartida o Futebol gerou em 2009 a média de 19,5 pontos de audiência para a mesma TV Globo, são 38 rodadas do campeonato brasileiro, todos os jogos em horários nobres da TV, ou seja, quartas à noite e domingos à tarde. Cada cota de patrocínio foi vendida por 116 milhões de reais e as empresas desfrutam de toda a mídia que os globais lhes oferecem.

Agora temos números e bases para fazer um debate sobre o assunto.

Então, como a F1 tem 15 pontos de média e o Futebol 19,5, é muito mais rentável as empresas investir na F1 que cobra apenas 60 milhões de reais? Não, é muito caro, sua abertura nos noticiários da empresa TV Globo se restringe a poucos minutos em fim de semana de corrida.  Mas ainda sim pagam e esperam o retorno não só apenas do que gera a corrida como os noticiarios da Venus Platinada.

Quanto o Futebol e seus 116 milhões de cota acabam saindo baratos demais, já que a exposição é maciça e diária independente de haver ou não jogo ao vivo. Seus cotistas devem achar uma pechincha e sabem muito bem usufruir disso.

Então chegamos a nós, fãs de F1, se damos um retorno absurdo em números para a TV Globo e a muitos outros que se alimentam dessa fonte que um dia parecia ser finita depois da morte do Senna, mas se renovou e cresceu e ficou mais exigente, e sem demérito ao Futebol, somos mais consumidores, somos mais ativos financeiramente, porque não uma abertura maior na grade? Em 2009 no GP do Brasil a média de audiência foi de 21 pontos às 14 horas, e às 16 horas o Futebol deu 23 com seu habitual jogo de fim de feira.

Já li o portal Grande Prêmio se vangloriar de 1 milhão de hits durante um domingo de corrida, e mesmo assim ainda somos marginalizados, somos tratados como recheio de grade pela empresa TV Globo, que nem em seu próprio portal trata a F1 com a devida decência, o que nos resta é catar, fuçar, chafurdar como porcos por parcas notícias pela net mundo afora, sendo obrigado a ler em inglês, espanhol, italiano, alemão ou francês para ter algum conteúdo relevante.

Então sentimos inveja da BBC, que faz um trabalho sério com a F1, de portais como Autosport ou Auto Hebdo, que produzem suas matérias, não apenas copiam e colam como o Grande Prêmio ou Tázio, que sugam dinheiro de patrocínios, mas não se dão o trabalho de produzir algo próprio. E o que falar das rádios que transmitem a F1, que da mesma forma trabalham feito gatos com medo de água, colocam um repórter na corrida e ficam do estúdio no Brasil transmitindo pela TV, e esse reporter famigerado e incauto que corra se debulhe em algo para trazer alguma notícia para nós, mas ao invés de fazer um trabalho sério, de seguir o circo e produzir conteúdo, também repetem a mesma displicência dos demais veículos.

Poderiam fazer algo mais, a TV Globo por exemplo dar mais espaço, afinal 9 horas da manhã não tem nada melhor para colocar na grade. Os portais deviam fazer suas próprias matérias, mas não fazem, porque é barato e rentável da forma que está e não se preocupam em melhorar nenhum pouco. E nós não nos damos o devido valor, não sabemos usar o poder de desligar a TV, não usamos nossos 15 pontos de audiência, muito menos nossos 1 milhão de hits para conseguir algo melhor.

Resumindo, somos tratados como os marginais da F1.

comentários
  1. Mari Espada disse:

    Quanta revolta nessa tarde de terça! Parabéns pelo texto de opinião, boss!!!

    Adorei o trecho “chafurdar como porcos por parcas notícias pela net mundo a fora”… pois foi assim que eu caí no F1 Around e consequentemente aqui! Então tenho uma memória afetiva com esse hábito de nós, torcedores de F1.

    Sabe, no fim das contas foi mais ou menos isso que eu abordei no meu primeiro texto pro Ultrapassagem (Um peixe fora d’água), mas claro que a minha abordagem foi mais cotidiana e emocional, já a sua é mais técnica e fundamentada. Por isso você é o boss, né!? =)

    Olha, o que me dá mais raiva é que, além dos 100 clubes de futebol terem preferência na mídia, é que neste esporte ocorrem milhares de campeonatos ao mesmo tempo! E todos eles recebem a devida atenção!!!
    Poxa, na F1 temos apenas um campeonato no ano, e somos marginalizados… custava dar uma atençãozinha maior pra esses carentes de informação aqui!?

    E claro que a audiência do futebol é superior à F1… quem é a paixão nacional, hein? o esporte do povão?
    O futebol com sua simplicidade de entender um gol, atinge a massa (não confunda com o Massa, hehe!) enquanto a F1 só atinge esses loucos aqui! Afinal, para o ser-humano comum, a F1 não passa de um monte de carros rodando por 2 horas onde não acontece nada mais emocionante doque um acidente de vez em quando.

    E repito o que já disse anteriormente: por isso que blogs como o Ultrapassagem são extremamente importantes para obtermos informações pensadas (e não vomitadas!), e claro, importantes para a nossa sanidade mental, porque a eterna sede por informação e conhecimento pode enlouquecer qualquer um!

    Parabéns denovo pelo texto!
    Beijos, até mais!

    • Mari porque você acha infinitamente maior a audiência do Futebol ?

      Faça um exercício comparativo:

      Um jogo de Futebol as 9 horas da manhã de domingo, quanto renderia de audiência, já que o das 16 horas rende apenas 25 pontos de média.

      Uma corrida de F1 as 14 horas no Brasil rende em média 20 pontos e em 2008 rendeu 26, e esse ano no Canadá foram 16 com picos de 21.

      Então no meu entender a F1 está um pouco atrás do Futebol e se tivessemos um campeão poderia a categoria ser maior em números absolutos.

      Por isso acho que somos marginalizados, porque sem ter nenhum campeão rivalizamos diretamente com o maior produto de marketing esportivo do país, e ainda ganhamos do volei, basquete ou qualquer outra modalidade ou evento esportivo.

      • Mari Espada disse:

        Tudo bem que o ibope registra essa pontuação… e analisando apenas esses dados, eu concordo!
        Mas o ibope funciona por amostragem! E eu não sei direito como eles selecionam as pessoas que possuem o “medidor de ibope” em casa, se existe uma porcentagem em cada classe socio-econômica… pois se houver um desequilíbrio neste quesito, está aí a primeira possibilidade de distorção dos índices!

        Sem contar que, futebol as pessoas assistem não apenas pela TV, mas também no estádio, no rádio e “em turma”… o que aumenta o número de torcedores que não são registrados pelo ibope, mas que ainda assim são torcedores de futebol.
        Já F1 a gente tem que ver pela televisão 99% das vezes, podendo ir ao autódromo apenas no GP do Brasil e olhe lá, e acompanhar apenas pelo rádio eu acho complicado… o que faz com que o índice do ibope registre praticamente todos os torcedores de F1.
        Então se 25 pontos equivalem a mais ou menos 1/3 dos torcedores de futebol, e 20 pontos equivalem a 100% dos torcedores de F1… Eles estão em maioria!

        Sem contar que muitas vezes ocorrem dois jogos ao mesmo tempo (devido ao número absurdamente grande de campeonatos de futebol), então o torcedor (e o número do ibope) se sub-divide em dois ou mais jogos… Tornando ainda mais impossível comparar o número de torcedores de futebol e de F1 apenas pelo índice do ibope!

        Fato é que, se o mesmo número de pessoas que assistem ao futebol assistissem à F1, eu não me sentiria tão sozinha nesse mundo, e eu me sinto sim!!! Então onde se esconde toda essa gente que assiste F1??? Tão fugindo de mim???
        Todo mundo fala de futebol, mas F1??? Não encontro uma alma viva que possa conversar comigo…

        Sei lá, é só uma impressão minha sobre os fatos… é o meu sentimento me fazendo fechar os olhos para as estatísticas!

        Consegui explicar a minha “lógica furada”???

      • Mari, não sinta-se sozinha.

        Mas vou analizar friamente os números e repassar o máximo possível pra você.

        O Ibope mede em SP em casas de várias classes socias, eu trabalhei com linha de dados da Telesp durante alguns anos, e fiz alguns trabalhos para eles. Então por isso a audiência engloba várias classes.

        Claro que o futebol em seu total tem mais audiência que a F1, mas isso em números de torcedor. Porque o share da TV aberta está caindo cada dia mais em todos os setores não só o Futebol, mas também na novela, mas a F1 se mantém com dados semelhantes ha algum tempo.

        Então a minha abordagem é comercial, porque paga-se pra transmitir o Futebol mais de 300 milhões de reais por ano e a F1 paga-se 120 milhões reais por ano (um dos direitos de TV mais caros do mundo, a FOM arrebenta por causa justamente a grande audiência) dando um lucro bruto de 180 milhões de reais a TV Globo. E o que ela faz, além de pagar 800 mil reais ao Galvão Bueno. Não cria matérias fora das corridas, não tem pessoal que acompanha na Europa o dia a dia das equipes, não coloca pessoal especializados para cobrir a F1 e deixa seu portal as moscas, nas mão de um blogueiro ridículo que não entende nada.

        Então imagina o Grande Prêmio (do esquentadinho Flavio Gomes) ou Tázio (do chato do Odinei Édson) ganham dos portais UOL e IG e em propagandas no próprio site ? Estes só copiam e colam, não se dão o trabalho de criar uma só linha de texto, só traduzem (e muitas vezes de forma equivocada, será que fazem no google translate?) na íntegra.

        Então, todos lucram muito com um produto que rende grande retorno, mas não produzem nenhum conteúdo decente.

        Assim, pegue os números que lhe disse, mescle com a audiência e os hits que já postei e tire sua conclusão.

        A minha é que somos marginalizados, porque com a TV ligada somos quase iguais ao Futebol e na Internet batemos qualquer esporte, vide o prêmio Ibest, sempre os sites e blogs relacionados são os vencedores.

      • Mari Espada disse:

        Por falar no Galvão Bueno… saiu uma matéria com ele na Veja… e ele divulgou que vai se aposentar em 2014!!! Que maravilha!!!!

      • Jackson disse:

        Claudemir… você chegou ao ponto que eu queria… Digamos que hoje a Globo não tem esse “fanatismo” particurlamente do Galvão… por Barrichello ou Massa, mas sim, tentando buscar um novo campeão, ou um ídolo para esse esporte que é tão pouco divulgado pela Globo no Brasil, que nos deixa orfão a cada ano, mas o que a rede Global busca é um apelo de um ídolo Brasileiro, para os mesmos desinformados assistirem a cada domingo as corridas sem graça de hoje, para aumentar sua audiência.
        Todos sabemos que a F1 é cara em todos os aspectos, um patrocinador que quer exibir seu comercial perante as trasmissões de F1 sabe que o apelo midíatico será muito menor do que o comercial exibido durante aqueles jogos horríveis de domingo à tarde… mas o que a rede Global está procurando é isso, formas de estimular o “povão” com suas trasmissões medíocres e que gerem cada vez mais pontos, ao invés de se preocupar com os mesmos, passando transmissões de verdade como a BBC.

  2. Alex-Ctba disse:

    Parabens pelo texto presidente! Foi o q nós discutimos outro dia pelo msn. A diferença de transmissão da Globo para a BBC é abismal. Os caras começar 1:00 / 1:30 antes da corrida, com matérias em cima de matérias e entrevistas nos boxes. Enquanto q a Globo insiste no Globo Rural q dá traço de audiência. Fora q a Globo nunca mostra a entrevista dos pilotos pós corrida, mas isso td bem, pq a entrevista é em inglês e depois na lingua local dos três primeiros, e ela dependeria de um brasileiro ir para o pódio para ter atração.

    Mas ruim com ela, pior sem…Agora o q podemos fazer para melhorar isso, eu realmente não sei. Reclamar? Protestar? Podemos tentar o SAC da Globo rsrs

    • Mas Alex, isso você está falando da Globo, e os demais veículos ?

      Sites – Os dois portais mais acessados não produzem nada, só ctrl+c e ctrl+v, em dia de corrida colocam “jornalistas” de bunda pregada no sofá pra fazer a cobertura (não é culpa dos jornalistas e sim dos donos dos portais) e cada um assina a matéria do seu sofá.

      Rádios – Quando mandam jornalistas cobrir in loco os coitados tem que se desdobrar em 5, porque pra cobrir a corrida enviam matérias para jornais, rádios, blogs, barraca de peixe e a Padaria do Manoel, no fim isso tudo isso pra cobrir o orçamento e não sair caro para todo mundo. E pra foder de vez, quando chega segunda os caras se picam de volta pro Brasil e não acompanham nada do que se passa nas fábricas das equipes…

      Resumindo, a cobertura da Globo é uma porcaria que contagia os outros meios de comunicação.

  3. Fernando Kesnault disse:

    Tudo que é feito pelo Rede Globo seja em noticiarios, reportagens, são tudo mal feitos e com uma pressa de dá dó aos tele-espectadores. Tem uns 3 anos que não a assisto, mas pelo poder que tem e alcance poderia fazer muitas coisas boas mas não tem interesse pois trata os brasileiros como seus “bichos ignorantes”. Aliás não só a f-1 é mal veiculada neste país como qualquer outra categoria internacional de esporte automotor. E cá entre nós diante de tanta incompetencia é bem melhor “fuçar” sites especializados e de jornais, revistas e blog estrangeiros pois podemos fazer uma coisa importante: analisar os fatos e as imagens de forma consciente sem a necessidade de um “trio” ou um “grupo” de “experts” falando baboseiras para vender o “peixe da emissora ou empresa deles”, pois todos, todos os jornalistas tem o rabo preso por algo ou alguma coisa. Por isso deem graças a Deus de termos a internet pois esta sim é uma ferramenta poderosa que forma o cidadão e forma grupos de pessoas com a mesma afinidade mesmo que tenhamos a distancia fisica entre elas.

  4. André Távora disse:

    Ótimo texto Claudemir sobre essa parte “chafurdar como porcos por parcas notícias pela net mundo a fora” eu estava exatamente assim depois que o Becken parou de atualizar o F1Around.

    Me sentia órfão, até vir parar aqui! Parabéns a todos os criadores!

  5. Vitor, o de Recife disse:

    Bateu forte, hein amigo? Mas tem razão, inclusive os números me surpreenderam, não tinha idéia que a audiência chegava a tanto. E eu achava o trabalho da RG ruim… tô achando pior agora, HAHAHAHA!!

    Mas tem o que o Alex disse: é ruim com a RG (ela não me paga patrocínio, então só pronuncio a sigla… né GB?), pode ser pior sem ela. Quem duvida, que veja o que a Band faz com a Indy; e o que a Record fazia com a Cart (aqui vendida com o nome ridículo de Fórmula Mundal). Nada de treinos classificatórios, muitas corridas em VT ou, pior compactos transmitidos às 23h do domingo…

    É… lembrem-se da Lei de Murphy…

  6. Marco disse:

    Muito bom mesmo Claudemir , só você mesmo com essa visão , pra dizer essas coisas .

    E quanto a Globo , nós que estamos atento percebemos que o seu narrador mente em nome do ufanismo desnessessário e desagradável . Desinforma , engana , diz o oposto do que se está vendo na tela . Isso é inaceitável em um jornalista … jornalista ?

    Muitos telespectadores perdem com essa situação , é lamentável .

    Grande abraço .

  7. Allan Wiese disse:

    O que se pode esperar da emissora que compra os direitos de transmissão do primeiro jogo da seleção penta campeã sob seu novo comando técnico para passar novela e não vender de jeito nenhum os direitos para outras emissoras?
    Não se pode esperar muito não.
    E eu só quero ver como a Globo vai se virar nas olimpíadas da Inglaterra pra tentar algum ibope nos horários de competição.
    Futebol aqui em casa se assiste na Globo por causa do nível dos comentaristas (que falam com autoridade a respeito do esporte que comentam) e por que a imagem é mais bonita.
    Mas como disse o Alex, que bom que pelo menos eles tem o bom senso de transmitir todas as provas da temporada ao vivo, mesmo que para isso comprometam o seu programa esportivo de domingos de manhã quase em sua totalidade.

    • Tomás Motta disse:

      É, eles passam treinos classificatórios e corridas ao vivo. No país que vou morar na semana que vem a corrida passa só as 14:00, com três horas de atraso, e ao vivo só na na TV a cabo. Ainda bem que os combos de internet, tv e telefone são baratos, porque senão…

  8. Tomás Motta disse:

    Ah, e Claudemir, o texto, nota 10. Perfeito.

  9. celso gomes disse:

    Exmo. Sr. Presidente Claudemir e caríssimo amigo,

    Entendo perfeitamente a sua justa revolta com relação ao tratamento que nos é dado pelos meios de comunicação tupiniquins com relação a nossa querida F1 e fecho questão consigo.

    Tragédias diversas (principalmente pessoais) e futebol são os únicos assuntos que são tratados de uma maneira mais, digamos assim, “profissional” pela imprensa. O que movimenta o dia a dia do povão brasileiro, e que é motivo de conversas e teorias intermináveis em escritórios, salas de aula, botequins e afins, é a desgraça alheia, no campo social, e o onipresente futebol com seus “trocentos” campeonatos disputados diariamente no Brasil e mundo afora, no campo esportivo/lazer. E é isso que traz vantagens financeiras efetivas e duradouras para a imprensa.

    Esportivamente falando, a concorrência é desleal entre o futebol e a F1. Existe uma identificação muito maior do povão com o futebolista, pois é muito mais fácil a obtenção do próprio sucesso como um jogador (com razoáveis habilidades, é claro) de qualquer um das centenas de clubes existentes por aí, do que um piloto de carros que ainda tem a desvantagem de ter muito menos competições e cujo ápice da carreira está restrito a insignificantes 24 (atualmente) competidores, e a um custo financeiro infinitamente maior para piorar a questão. Um jogador de futebol pode chegar ao topo sem despender um único tostão, quanto um piloto tem que gastar o que tem e o que não tem para tal.

    Somos nós portanto, entusiastas da Fórmula 1, a minoria , mesmo com o nosso pretenso maior poder financeiro, mas que no frigir dos ovos , não trazemos retornos tão grandes à imprensa e aos anunciantes a ela atrelados, quanto ao que os torcedores do futebol trazem. Eles são a maioria absoluta, talvez não em número de telespectadores como você bem frisou, por praticarem o esporte, ou indo maciçamente aos estádios e etc. Eles, pela quantidade muito superior , são alvos mais fáceis de se conquistar. Veja você, que mesmo nós, de vez em quando, falamos de futebol em nossos blogs especializados em automobilismo, quando o contrário nunca acontece . Muitos de nós ajudamos a engrossar o público alvo da imprensa e dos anunciantes, até involuntariamente.

    No fundo, no fundo Claudemir , ao menos para mim, a atual falta de ídolos brasileiros nesse nosso querido esporte é onde reside a maior razão para sermos marginalizados. Miltinho, Tião Pasttel e Nada Sei, podem entusiasmar os verdadeiros entusiastas, mas nós somos uma parcela muito ínfima e absolutamente insignificante para esse universo financeiro da imprensa brazuca.

    Já filosofei demais. Abção.

    • Caro aviador Celso, é sempre bom quando estais por terra para nos brindar com sua filosofias.

      Deixando o puxassaquismo de lado.

      Entendo que são a maioria os torcedores de Futebol, mas nós somos muito mal tratados pelo retorno que damos, por isso é que achei propício falar desse tema, agora mesmo você pode zapear todos os canais de esporte pagos ou abertos, nenhuma está falando de esporte a motor, até o tenis tem mais abertura e informação que automobilismo.

      Saber de algo relevante, hahaha, temos que procurar, se não, não sabemos de nada, ainda mais para fomentar um blog nessa silly season.

      Falando nisso, recebeu meu e-mail ?

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