A lendária história do circuito de Monza.

Publicado: 09/09/2010 por Mariana Espada em Formula1, História da F1
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Vista aérea do traçado atual

O circuito de Monza é um dos mais tradicionais do automobilismo, estando presente em todas as temporadas de Fórmula 1 desde sua inauguração em 1950 (exceto em 1980, quando o GP da Italia foi disputado no circuito de Ímola).

No ano passado o vencedor dessa prova de 53 voltas, totalizando aproximadamente 306 km com 70% de aceleração total, foi o nosso veterano Rubens Barrichello com a sua saudosa Brawn GP.

Mas neste ano as chances estão nas mãos dos mesmos que lideraram o circuito de Spa-Francorchamps, devido às características semelhantes de pista, ou seja, McLaren e Red Bull, seguidos pela força da Renault com seu novo duto.

Porém a história contemporânea de Monza não seria a mesma sem o peso de sua tradição, este autódromo foi a terceira instalação permanente construída no mundo, depois do inglês Brooklands (1907) e do norte-americano de Indianápolis (1909).

Com isso senti-me atraída por pesquisar mais sobre a história de Monza e, então, compartilhá-la com vocês, comentaristas do Ultrapassagem.

1922 – 1928

A construção e a primeira corrida no trajeto original.

A construção do autódromo de Monza foi decidida em janeiro de 1922 pelo Automobile Club de Milão, com a finalidade de comemorar o 25º aniversário da fundação do clube. Assim, o projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Alfredo Rossetti com apoio do presidente do clube Silvio Crespi e do diretor Arturo Mercanti.

O circuito original, utilizado de 1922 até 1933

A construção em 1922

Grid de largada da 1ª Coppa Fiera di Milano, em 1925

Trecho de cruzamento do circuito oval com a pista abaixo, em 1925

1929 – 1939

As alterações na pista após acidente de Materassi.

Em 1928 ocorreu um grave acidente em Monza, que ocasionou a morte do piloto Emílio Materassi e de 27 torcedores. Este triste evento impulsionou alterações na pista, onde foram acrescentadas algumas chicanes, reduzindo a velocidade atingida nas longas retas.

A primeira modificação do trajeto original

O acidente de Materassi, em 1928

Uma das novas chicanes do circuito de Monza

1940 – 1954

A retomada de atividade em 1948, após término da Segunda Guerra.

Grid de largada do 1º GP de Fórmula 1 em Monza, em 1950

Primeiro GP de Fórmula 1 de Monza, em 1950

1955 – 1971

A construção da pista de alta velocidade e outras obras importantes.

Em 1954 iniciou uma reformulação geral no circuito de Monza, resultando em uma pista com 5,75 km e um oval de alta velocidade de 4,25 km, sendo que os dois circuitos podem ser combinados para recriar o antigo circuito de 10 km.

Pista oval de alta velocidade, em 1955

Porsche 917 e Ferrari 512 na curva parabólica, em 1970

1972 – 1978

A criação de chicanes para reduzir a velocidade.

Duas novas chicanes foram criadas em 1972 para reduzir ainda mais a velocidade dos carros, que só estavam evoluindo tecnologicamente. Porém o MotoGP continuou a utilizar o traçado anterior às chicanes, o que resultou em 5 mortes até 1973, incluindo Renzo Pasolini e Saarinen Jarno.

Um transição para uma nova chicane em Monza, em 1972

GP de Monza em 1974

1979 – 1988

As novas obras de modernização do circuito.

Neste período aumentaram-se as áreas de escape e aprimoraram-se as barreiras de pneus, o que trouxe o motociclismo de volta à Monza em 1981. Também ocorreram melhorias na infraestrutura do autódromo, incluindo paddock, boxes, parque e todo o complexo de edifícios.

A primeira chicane do circuito de Monza, em 1981

1.000 km de Monza, em 1985

GP de Fórmula 3 em Monza, em 1988

1989 – 1997

As intervenções para aumentar a segurança.

Após a morte do nosso campeão Ayrton Senna em 1994, a preocupação com a segurança dos pilotos aumentou na Fórmula 1. Com isso o circuito de Monza passou por alterações nas três principais curvas, onde se aumentou consideravelmente a área de escape com brita.

Sauber na área de escape com brita, em 1997

1998 – 2010

Os novos edifícios e upgrades tecnológicos.

Desde então o traçado da pista está como conhecemos, as únicas alterações na última década foram em relação aos edifícios e infraestrutura do autódromo, tornando Monza mais bonita e funcional.

Traçado atual

Edifício de serviços no autódromo de Monza

Sala de imprensa em Monza

Curva di Lesmo

Variante Ascari

Curva Parabólica

Fonte de pesquisa: Wikipedia e Site oficial de Monza

comentários
  1. Leandro Magno disse:

    “…estando presente em todas as temporadas de Fórmula 1 desde sua inauguração em 1950.”

    Em 1980, Nelson Piquet com a Brabham, venceu o GP da Itália no circuito de Ímola. Foi a única vez que Monza ficou de fora.

  2. Willian Gaudard disse:

    Que belo texto! Parabéns!

  3. Andy disse:

    Eu ficava com o pé atrás em relação à Mari, achando que ela iria escrever sobre o seu supermegahiperblasterherói Lewis Hamilton, mas depois de ler matérias tratando da história da F1, mudei de opinião. Hoje é seu aniversário? Então, parabéns e continue com seu ótimo trabalho na escriba automobilística.

    • Mari Espada disse:

      Obrigada pelo voto de confiança em meus textos, Andy. E obrigada pelos parabéns! =D

      Mas veja alguns textos meus anteriores… como o da identidade visual da McLaren, pro exemplo. Pois apesar de eu ser fã, e não negar, o texto tem um imenso conteúdo histórico, sendo que a “tietagem” fica restrita à uma opinião no último parágrafo. O próprio texto que escrevi sobre o meu (como você disse) “supermegahiperblasterherói” Lewis Hamilton tem muito conteúdo.

      Mas eu percebi que as pessoas “anulavam” qualquer valor técnico dos meus textos, e julgavam tudo apenas pelo “último parágrafo”, que é quando geralmente eu dou a minha opinião pessoal. Portanto decidi que, quando for “tietar” em meus textos, vou deixar bem claro aos leitores, assim quem não tiver interesse em ler pode pular aquele parágrafo.

      E, de toda forma, rola uns preconceitos só porque é o Hamilton, né? Porque eu tietei pra caramba a pista de Nürburgring e ninguém reclamou! Hehehe. =)

      Não me leve a mal, Andy… afinal eu estou aqui para colaborar com o lado feminino do automobilismo… a paixão, a emoção à flor da pele! Mas ainda assim, nunca falei coisas sem sentido em meus textos, eu não fico mentindo em prol da minha equipe ou do meu piloto.

      Enfim, obrigada!

      • Andy disse:

        Hahaha, sem problemas, Mari. É porque eu também acho o Hamilton um supermegahiperblaster piloto. E isso porque ele ainda tem apenas 3 anos e meio de F1. Grande abraço.

  4. Daniel Lima disse:

    Mari,

    Eu compartilhava da mesma opinião do “Andy”achava que você iria se ater-se a endeusar o piloto Lewis Hamilton.Me enganei!
    Parabéns pelo post!
    Feliz Aniversário!!

  5. Vitor, o de Recife disse:

    Parabéns duplos, Mari! Texto primoroso!

  6. Alex-Ctba disse:

    Parabéns Mari pelo Post, muito bem feito e parabéns pelo seu niver. Tá explicado pq seus textos são cheios de detalhes: Virginiana!

  7. Allan Wiese disse:

    Bela história, belo texto!

    Parabéns Mari (duplo).

  8. Parabéns Mari, muitos anos virão pela frente e você continuará a crescer e melhorar na vida pessoal e profissional, porque mesmo a distância ve-se que você é uma pessoa íntegra e de bom coração e são essas que merecem e devem povoar o nosso país, são essas que mercerem os aplausos.

    Parabéns.

    E como disse antes para alguns comentaristas que tanto à criticaram, eles iriam se surpreender com a riquesa que foi esse post de Monza, parabéns novamente, e parabéns para aqueles que expressaram que havia desconfiança e que agora ficaram surpresos, são pessoas assim que merecem o nosso trabalho.

  9. celso gomes disse:

    Querida Maricota,

    Tudo, mas tudo de melhor que essa vida possa lhe oferecer em troca dessa pessoa talentosa, inteligente e corretíssima que você é. Papai do Céu (seja ele de qualquer matiz) vai olhar por você sempre.

    De coração.

    presente: http://a.imageshack.us/img38/7660/lhsurprise.jpg

    pela data comemorativa lá, vai-lhe servir o presente por muitos anos ainda. bjo.

  10. Claudio Cardoso disse:

    Parabens Mari.

    Esta saindo alem de otima escritora, uma grande Historiadora

    • Mari Espada disse:

      Obrigada Claudio!
      O meu “pézinho” na teoria da arte e da arquitetura, me fez amar pesquisas históricas!
      Agora estou usando esse interesse por história na F1 também! O que é uma ótima união de duas paixões! =)

      • Claudio Cardoso disse:

        do modo que vc faz tudo com paixao, deve ser uma otima arquiteta.

        quando for fazer a reforma do AP, vou pegar umas dicas com voce :-) (olha a exploracao)

      • Mari Espada disse:

        Opa, disponha! Adoro dar pitacos! =)

  11. Lucas Túlio disse:

    Grande Texto!

    Imagens perfeitas!

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