Por: Fernando Kesnault.
Em um fim de semana com tragédias como aquela do GP San Marino de 1994 temos atado a isso uma ironia sem precedentes e sem dúvida nenhuma história tão macabra e intrigante. Duas equipes haviam estreado nesta temporada a Pacific e a Simtek e como todos nós sabemos o automobilismo é feito de dinheiro, gastos, etc. e a F1 é o “top” destas gastanças e assim as novas equipes sempre estão à procura de patrocinadores para concretizarem os seus objetivos.
A Pacific havia arrumado um bom patrocinador, embora um tanto inusitado, a companhia holandesa que fabrica os cigarros….BLACK DEATH. As negociações para a entrada deste patrocinador estavam um tanto atrasadas, desde o GP Pacífico em Aida e foram concretizadas na semana antecedente ao GP de Imola.
Embora um tanto “encucados” com relação ao nome e sua compatibilidade com os perigos advindos da competição em si, os diretores da Pacific não tinham como desprezar tal patrocínio que não aparece todo dia, principalmente em uma equipe pequena e nova e ainda já se passavam 12 anos sem uma morte no circo da F1. As etiquetas do “sponsor” chegaram no sábado de manhã para serem colocados nos caminhões, nos carros, equipamentos e nos macacões, mas a cúpula da equipe planejou colocá-los na noite de sábado para o domingo para que na corrida tivessem um bom visual e fossem bastante assediados pelos fotógrafos e equipes de TV e mesmo curiosos a tudo registrar.
Após o acidente de Rubens Barrichello na sexta e de Roland Ratzenberger no sábado, não havia nenhuma chance de a equipe estampar o bendito patrocínio e seria malvisto por todo o mundo e assim foi lograda uma salvação para a sobrevivência desta equipe que resistiu só por mais uma temporada.
A morbidade continuaria…
Notícia da época.
“PATROCÍNIO DE MAU GOSTO – A equipe Pacific, a mais pobre da F1 este ano, acertou na sexta-feira anterior ao GP de San Marino um contrato de patrocínio com a marca de cigarros Death (morte, em inglês), que resolveu entrar na F 1 ao constatar que nos oito anos anteriores a categoria não havia registrado nenhuma ocorrência fatal nas pistas. Numa ‘brilhante’ estratégia de marketing, os dirigentes da Pacific pretendiam esperar o dia da corrida para colocar os logotipos do cigarro nos carros de Bertrand Gachot e Paul Belmondo, mas o acidente que matou o austríaco Roland Ratzenberger nos treinos de sábado fez a equipe sumir com os adesivos. A morte de Ayrton Senna durante o GP deixou a história ainda mais vulgar. Mas o castigo pela brincadeira de mau gosto veio rápido. Quando voltava para a Inglaterra, o caminhão da Pacific se incendiou na França, devido a um superaquecimento no sistema de freios. Várias peças de reposição foram perdidas, mas ninguém se feriu e os carros escaparam inteiros.”
Mas que história macabra!!!
E quando a gente pensa que não dá para piorar a situação… o caminhão da Pacific vira churrasquinho.
Fernando, parabéns pelo “post-roteiro” de filme de terror! =)
O lance das mortes em Imola (que saudades da Tamburello, curva para homens) não passava e não passa de uma triste coincidência com o nome da chupeta de burros Death.
Mas, levando em consideração tudo que acontece ao organismo de quem faz uso de tal produto, pode-se dizer que não há nome melhor para um cigarro do que este: Death.
E nas versões Black (fumo forte) Red (com traços jamaicanos) White (sem filtro) e o Green (mentolado).
Isto sim que é anti marketing…
Red (com traços jamaicanos)…
Então, Fábrica holandesa + traços jamaicanos = maconha.
Essa Holanda, vou te contar, depois daquele lutador de karate de Jong, acredito em tudo.
Putz, que história surreal…
Sinistro.. imagina se fecham o patrocínio na quinta…
Desconhecia esta passagem Fernando. Realmente uma curiosidade mórbida. Bem interessante. Eu tinha certeza que sairiam muitas estórias interessantes desse baú rsrsrs
Valeu por mais uma!
Abs
Tem muita mesma viu Alex e não só na f-1…
É Fernando K, e os cigarros Death ajudaram a matar bastante fumantes britânicos entre 1991 a 1999, tempo em que a marca sobreviveu no Reino Unido.
Ô marquinha agourenta, sô! Ratzemberger e Senna, de uma maneira muito triste, fizeram-nos o favor de poupar ver tamanho mau gosto.
abç
Nesse mesmo ano aconteceu um outro caso curioso e não menos mórbido.

O nosso “Zé do Caixão”, posou para uma foto em Interlagos justamente ao lado da Simtek do Ratzemberger.Semanas depois, sabemos o que aconteceu…